O luto é um processo natural da vida, caracterizado pelo rompimento de vínculos afetivos e profissionais. No caso da perda de um ente querido, a mistura de sentimentos pode existir e persistir por muito tempo, como amor, raiva, medo, saudade e a não aceitação. Diante desse cenário, a Organização Funerária das Entidades Beneficentes e Assistenciais de Sorocaba (Ofebasoferece, por meio do Projeto Continuar a Viver, a assistência psicológica gratuita às famílias de baixa renda. O objetivo é acolher e cuidar das famílias enlutadas.
De acordo com a gerente geral, Patrícia Peixoto, o trabalho da organização vai além de oferecer cerimônias de despedida às histórias. “O nosso maior compromisso é cuidar da vida de quem ficou. Nosso propósito é ajudar os familiares a ressignificarem as dores e as perdas, mostrando para eles como a vida pode acontecer e se reestruturar daqui para a frente. Nós estamos aqui para acolhê-los no momento que mais precisam”.
A assistência psicológica pode ser oferecida ao grupo familiar ou de forma individual, fornecendo às pessoas uma vivência ao processo do luto de maneira mais acolhedora, com escuta e atenção aos sentimentos. “A terapia não vai tirar o sofrimento e nem curar a dor. Mas, através de uma escuta atenta e de técnicas personalizadas, o indivíduo consegue passar pelo luto de um jeito mais saudável”, pontua Ana Laura Costa (CRP 06/179479), psicóloga da Ofebas.
Comprometimento de ambas as partes
Para assegurar a participação ativa do paciente na terapia, é fundamental que ele se identifique com a abordagem escolhida pelo profissional. A psicóloga da Ofebas, Ana Laura Costa, trabalha com a abordagem TCC (Terapia Cognitivo Comportamental), que visa ensinar técnicas aos pacientes que serão utilizadas no dia a dia de forma autônoma.
Entre essas técnicas está a RPD (Técnica de Registro Funcional), uma estratégia que permite identificar as emoções e os comportamentos do indivíduo de acordo com os acontecimentos diários. Esses pensamentos, ações e sentimentos precisam ser anotados para que o profissional possa analisar se existe ligação entre eles.
Outras técnicas muito utilizadas são voltadas ao relaxamento, ansiedade, respiração e regulação emocional. Por meio do treinamento, também chamado de psicoeducação, o paciente aprende a praticá-las no cotidiano.
“O nosso trabalho é voltado à conscientização e ao cuidado da saúde mental de forma totalmente personalizada às necessidades de quem nos procura. E para que haja resultado no tratamento, é necessário que ambas as partes (profissional e pacienteestejam engajadas. Afinal, os caminhos e as decisões a serem tomadas são do paciente, enquanto nosso compromisso é auxiliar na identificação e resolução dos problemas”, ressalta Ana Laura.
Encaminhamento pelo serviço social
A assistência psicológica da Ofebas é voltada às famílias de baixa renda que tiveram direito ao auxílio funeral gratuito ou parcial. Quem faz o direcionamento ao setor é o serviço social da organização, que visa orientar e garantir direitos às famílias enlutadas. Psicologia e serviço social são os setores-chave do Projeto Continuar a Viver.
Luci Forte, assistente social da Ofebas, explica que todas as pessoas atendidas pelo Projeto passam por uma entrevista para que se possa compreender qual é a dinâmica familiar e saber como estão lidando com a perda do ente querido. “É por meio da entrevista que identificamos as necessidades e conseguimos direcionar os nossos trabalhos. Orientamos desde demandas simples, como emissão de documentos e reinserção no mercado de trabalho, e realizamos encaminhamentos para a nossa assistência psicológica e outras redes de apoio, tanto na área pública quanto privada”, explica a profissional.
Cuidar de quem cuida
Os colaboradores da Ofebas, especificamente os que lidam com atendimento às famílias enlutadas, também recebem assistência psicológica. De acordo com Ana Laura, esses profissionais trazem consigo um olhar de cuidado, atenção e prestatividade ao acolher o outro. “É uma profissão com significados muito fortes, tanto pelo que eles experienciam como pelo que presenciam com os familiares. Por isso, é muito importante que os profissionais tenham esse auxílio”.
Sobre quando as pessoas devem procurar a ajuda de um profissional habilitado, Ana Laura explica que é quando se sentirem à vontade e perceberem que não estão conseguindo lidar com os sentimentos sozinho. Porém, é importante todos estarem abertos a novas possibilidades, dado que a assistência psicológica não precisa, necessariamente, ser feita apenas quando há o rompimento de um vínculo.
“A terapia pode ser realizada como um tratamento preventivo. É a prevenção, a conscientização e, mais uma vez, o cuidado com a nossa saúde mental e o bem-estar. É preciso plantarmos essa sementinha da importância do autocuidado na nossa sociedade”, finaliza a psicóloga.
Encontros On-line
Todos os meses, a Ofebas promove encontros online com temas que trabalham o luto e o cuidado com a saúde mental. Esse é um espaço de escuta e acolhimento. E, mais do que isso, é um ponto de troca, apoio e reflexão. No mês de fevereiro acontece o 8° encontro psicológico que traz como tema “Precisamos falar sobre o luto: Entenda a importância de expressar os sentimentos”.
A reunião acontece à distância pelo Google Meet, no dia 26 de fevereiro, a partir das 19h, com a psicóloga da Ofebas, Ana Laura. O evento é totalmente gratuito e aberto às pessoas com mais de 18 anos que estejam interessadas. Para participar, é necessário se inscrever previamente. O link está disponível nas redes sociais da organização: @ofebassocial.
Fonte: Assessoria de imprensa